Todos de casa foram viajar. Meus amigos tinham destinos certos, não quis incomodar. E assim seguiu, procurei aceitar a situação e o dia. Quando a música começou, senti os pequenos impulsos surgindo, vencendo a inércia. Tudo ficou tão latente, e como uma ultima saida: dancei, em meio a tristeza do conformismo misturado ao marasmo. Eu dancei. Dancei sozinho no quarto escuro....estava pleno de tudo, de tudo. Os passos da felicidade momentânea eram traços marcantes em cada compasso, pulsavam como cada sonho e amor que eu perdi. Em meio as tragetórias curvilineas, eu via fragmentos de kant, virginia woolf, joy division, pink floyd e alguns livros e cd's aleatórios fora de seus respectivos locais. A melancolia consciênte e madura é algo realmente fascinante, contemplar o próprio processo de estar procurando algo que você sabe que não existe é algo realmente sem "sentido" ( o mais irônico, você ainda tem esperança de achar, risos cínicos). Vinil estalando, anunciando seu término (hora de mudar de lado). E tudo começa de novo, entre as lágrimas enxugadas pelo vento e a dança, alguns sorrisos de estar bem, pulsante, vivo, sobrevivendo, pleno - "calado". Mas, tudo era festa, adoro dar festas! Principalmente onde os confetes jogados são todas as derrotas que tive até hoje, "Decadance". Eu estava no controle, ou pensei estar, mas o importante era deixar que toda a dissonância gerada pelas guitarras me transportassem pra um sonho acordado e lúcido. Porém, no apogeu, a música acabou, como em todos os sonhos...quebrado o clima de autoreflexão, me rendi a os olhos que insistiam em fechar e ao cansaço escorrendo pelas mãos. Contemplei os tons de cinza.
Obs.: A propósito, os versos: "tua tristeza é tão exata, e hoje em dia é tão bonita", nunca fizeram tanto sentido em minha vida.
atualiza, porra!
ResponderExcluirhaha ;)