sábado, 24 de outubro de 2009

Dark Room - "Decadance"


Todos de casa foram viajar. Meus amigos tinham destinos certos, não quis incomodar. E assim seguiu, procurei aceitar a situação e o dia. Quando a música começou, senti os pequenos impulsos surgindo, vencendo a inércia. Tudo ficou tão latente, e como uma ultima saida: dancei, em meio a tristeza do conformismo misturado ao marasmo. Eu dancei. Dancei sozinho no quarto escuro....estava pleno de tudo, de tudo. Os passos da felicidade momentânea eram traços marcantes em cada compasso, pulsavam como cada sonho e amor que eu perdi. Em meio as tragetórias curvilineas, eu via fragmentos de kant, virginia woolf, joy division, pink floyd e alguns livros e cd's aleatórios fora de seus respectivos locais. A melancolia consciênte e madura é algo realmente fascinante, contemplar o próprio processo de estar procurando algo que você sabe que não existe é algo realmente sem "sentido" ( o mais irônico, você ainda tem esperança de achar, risos cínicos). Vinil estalando, anunciando seu término (hora de mudar de lado). E tudo começa de novo, entre as lágrimas enxugadas pelo vento e a dança, alguns sorrisos de estar bem, pulsante, vivo, sobrevivendo, pleno - "calado". Mas, tudo era festa, adoro dar festas! Principalmente onde os confetes jogados são todas as derrotas que tive até hoje, "Decadance". Eu estava no controle, ou pensei estar, mas o importante era deixar que toda a dissonância gerada pelas guitarras me transportassem pra um sonho acordado e lúcido. Porém, no apogeu, a música acabou, como em todos os sonhos...quebrado o clima de autoreflexão, me rendi a os olhos que insistiam em fechar e ao cansaço escorrendo pelas mãos. Contemplei os tons de cinza.


Obs.: A propósito, os versos: "tua tristeza é tão exata, e hoje em dia é tão bonita", nunca fizeram tanto sentido em minha vida.



domingo, 11 de outubro de 2009

Changes



Você se dá conta que está tudo fora de lugar quando começa a tropeçar nas coisas desajeitadas. No meu caso, eu tropecei e cai em mim mesmo. Senti que era hora de mudar, e mudar de vez. Achei que tinha que respirar mais, então, cortei as fumaças que se contorciam à minha frente, desejando que elas so aparecessem em momentos que eu realmente quisisse estravazar. O branco tomou conta, e minhas vestimentas não aqueciam mais como as outras. Até que um corpo machucado tem lá suas vantagens, agora, entro em qualquer roupa, e aproveitei essa nova chance de ter mais escolha e adotei uma postura "clear". Mas a saudade era latente, a tarefa mais dificil foi não dar o primeiro passo de sentir as roupas que ainda estavam lá. E foi isso, as metáforas não acabaram, só estão quietinhas, esperando a hora certa pra bater na porta.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Flores

Flores deixadas sobre a carteira, algumas letras juntas simbolizando um possivel afeto platônico. Foi o dia, acontecimentos inesperados dispostos em ordens diferentes. Um possivel intervalo, uma surpresa em "random". Desde o início tinha uma "leve" suspeita de quem era, pensei comigo: Ah, o verde e a pele de neve me perseguem, isso já é uma sina, mas "whatever"! Contarei do inicio. Acordei em meio ao marasmo do primeiro pensamento do dia, me animei com o café e nesta manhã o cigarro não fez parte do "menu" (já começa por ai). A suposta anorexia ainda é latente, mas fazer o que, tudo na minha vida pulsa demais. Após uns minutos, Chego em meu destino, a posto pra dar continuidade as coisas (literalmente), esqueço algumas horas a derrota. No término, parto em busca de possiveis refeições(café e cigarro). Entretanto, o gosto do cigarro estava amargo, e o café estava "forte" demais. Resolvi jogar, e a seguinte ação inesperada, regugitando palavras, falei: Um suco, por favor? Acredite, isso foi estranho até pra mim. Peguei minha bolsa e fui pra o lugar onde eu comprei horas pra estar. Sento, tudo corre normal, até a volta de uma pausa esperada. Flores sob a carteira em meio a um papel. Certamente, já sabia de quem era, o sorriso oscilante de quem está a espera de algo é sempre muito transparente. Entretanto, não podia escrever no seu verso pra mandar de novo. E com uma ação altamente decidida pra futuramente jogar o bilhete... a fiz. Percebi que as flores feneceram na hora, e seu sorriso que antes oscilava ficou continuo como riscos brancos em céu azul. Ela confiava tanto em suas intenções e na sua beleza, que deixou de imaginar que o bilhete seria lixo um dia, e assim, recebeu a negação, fiz tudo parecer casual pra não machucar, um breve gesto pra jogar o bilhete de canto, e uma belo sorriso sério de que suas intenções não foram aceitas. E um tchau de indiferença...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Lucidez


Entre as reminscências ainda recentes, o dia começou anônimo (como todos os outros). Se era pra aceitar, o fiz. Troquei a sensibilidade pelas horas extras, e vendi meus últimos segundos pra não pensar no gosto da derrota. A friagem escorre pelas frestas dos circuitos integrados, as unicas coisas que me iluminam nesses dias foram pequenos leds estragados que piscavam aleatoriamente. Eu aprendi muitas coisas que agora não fazem mais tanto sentido, talvez vencer seja um estado! Sorria! É assim, quando sua realidade paralela é a própria realidade. Acendo um cigarro pra chegar mais rápido a um lugar do qual eu compro horas pra estar nele. Resolvo parar, só pra constar se ainda respiro - continuo. Tudo latente, o imenso sorriso quebrado pela porta de vidro, uma ajeitada no cabelo e o silêncio que domina. Alguns "ois" forçados, e começa a tão esperada inércia retida. Entre histórias, contas, regras e leis, você fica com o que lhe convém (ou o que você acha); Entre as afinidades de assuntos um leve conforto, pra terminar com um longo sinal que minhas horas compradas acabaram...

sábado, 3 de outubro de 2009

Dissipando


Escolha milhões de maneiras pra se dissipar. Até que o último feixe de luz seja completamente invisível, até que os últimos sonhos já não façam tanto sentido. Até o que você chamava de chão virar um grande abismo. Dissipe! Não se preocupe, no final das contas não é o quanto você conseguiu brilhar, e sim, quão intenso isso durou. Se perca como a luz em seu próprio tempo, durma enquanto você é levado por algo desconhecido. Eu sei que estás cansado, mas não se culpe de ter comprado a passagem para o mesmo lugar de sempre. É assim mesmo, não temos tempo para admirar a paisagem. Queime! E quando tudo estiver acabado, sorria, frente as suas cinzas.