segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Ápice do Anonimato - II, Any

Pensou: "Este é o inicio de uma intensa felicidade... no entanto, era a própria felicidade"(...)

Lamentou-se frente a parede que transpirava mais do ele, enquanto lembrava daquela tarde que passou com Any. Ainda podia sentir o sol do passado contrastando com a chuva daquele dia tão intenso - o céu estava nublado denotando que o passeio seria curto como a chuva de verão que estava por vir. Por outro lado, quandos as mãos estão aquecidas nada mais importa, só o calor e a glória do momento, isso fez com que ele e any se entregassem para aquela pequena parcela de vida, enquanto as finas gotículas de água começavam a cair sobre suas faces.

As marcas sobre a grama revelava cada lugar onde estiveram no parque. Em uma delas, estava o óculos que any acabara de perder. Mas quando notou o sumiço, voltou imediatamente pra busca-lo. Ele não exitou, ao ver que os oculos dela estavam embaçados pela chuva, os limpou (meio que sem jeito) em sua camiseta branca, que, obviamente, ficou toda manchada. Ela sorriu ao ver sua atitude nada convencional de lidar com aquele tipo de situação, parecia que seu cavalheirismo desajeitado a conquistava ainda mais. E assim, a cada gesto ficava mais intenso essa admiração, que só terminava quando um beijo acontecia.
Any, era tão destemida que brincava com o jeito dele . Mas de uma forma que o constragesse, adorava ve-lo olhar pra baixo com as buchechas vermelhas. Enquanto ela se continha pra não beija-lo. Ela era uma criança em corpo de mulher, sempre que podia, corria à frente dele pra achar algo e fazer uma travessura, enquanto ele olhava encantado e admirado por toda coragem e expontaneidade que ela exibia. A devoção daquele momento era tão grande por parte dele, que o mesmo ficava a maior parte do momento cortejando-a - quase não podia conter o sorriso de sua alma.
Entretanto, a chuva chegava ao fim, deixando o sol marcar o final de tarde. Com isso, eles proveitaram os raios de sol que viam dentre as frestas das árvores. Mas a tentativa de secar suas roupas foi em vão, sabiam muito bem que não havia sol suficiente para os dois, e numa tentativa frustrada de aumentar mais o passeio, tiveram que voltar pra casa.
Naquele momento, com ela em "mãos", cobriu-na como se estivesse achado um passarinho que acabara de cair de um ninho. Pensou: "Este é inicio de uma intensa felicidade... no entanto, era a própria felicidade". Esse pensamento ecoa em sua alma, e inrigesse suas veias, restando apenas o descontentamento de chegar a conclusão de que a vida é um livro grosso de letras minusculas, onde você se diverte mais lendo a sinopse da capa, do que o livro em sí. As vezes é mais fácil pensar que algo não existe mais...

4 comentários:

  1. "a vida é um livro grosso de letras minusculas, onde você se diverte mais lendo a sinopse da capa, do que o livro em sí."

    Ótima frase, um dos seus melhores posts.

    Abraço.

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  2. muito doce! eu sorri (réstia de sol na alma).

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  3. Ronnie,

    Grata pelo seu comentário em meu blog... Apesar do poema não ser um dos meus melhores...

    Abraços e sucesso

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