"Hoje não quero poemas, muito menos poesia, quero psicografar o que minha alma manda-me dizer".
Há muito tempo não apareço por aqui (talvez por achar que não precisava mais). Mas a verdade é que precisava de um momento de sobriedade comigo mesmo, longe da minha própria acidez. Afinal, a saga ainda não teve fim...não o que eu esperava. Quero um momento sincero, sem frases impactantes, só quero psicografar o que minha alma manda-me dizer (aliás, desabafar).
Sempre achei que chegaria o dia em que todas as elegias da cadência do meu corpo iriam embora, até cheguei a pensar em um momento de redenção, sabe? Aqueles cujo um "Insight" aparece e você começa a enxergar tudo de uma forma diferente, de uma nova perspectiva, isto é, você analisa tudo o que viveu, e consegue tirar uma boa lição do seu próprio fracasso. Bem isso não aconteceu, nem um anjo desceu do céu e com toda a sua luz pronunciou as palavras mágicas: you are healed (sempre achei que anjos tinham que falar inglês, rs)...
O que está me cansando, realmente, é ter que elaborar todos os dias um modo de viver diferente do anterior. Tudo pra desprender, poder fluir, poder dissipar - pensar sobre o que pensar. Acho que o pior paciente é aquele que acha que está curado, você tem como alicerces pequenos gravetos e tudo desaba de repente, em resumo, tudo o que você construiu nada mais é do que pequenas ruínas que insistem em desmoronar. Sempre tive espirito de elefante, sabe? Aqueles que vão morrer longe pra não incomodar a manada, me isolei! Acho que a decadência e a tristeza se sente, e acho muito chato ter que partilhar isso com alguém, ninguém merece! Então entre o limiar da loucura eu segui...fiz o que tinha que ser feito, sempre me escondo atrás de desculpas e de um sorriso de paz, mas não podemos esquecer que o império romano à beira da decadência tinha adotado o lema :"CARPE DIEM".
Tive todas as chances do mundo para continuar a fazer este coração decadente pulsar de novo. Porém, tudo me pareceu uma maneira forçada de não ficar sozinho, algo do tipo: agarre as primeiras gramíneas para não cair do penhasco. Há pessoas que conseguem deletar tudo o que viveram do passado, e entregar o coração pra primeira estranha que eles conhecem. Mas acho estranho, amor pra mim sempre foi algo sublime, sabe? aquilo que marca? aquilo que sangra? aquele vento que sopra na pele e chega até os ossos...Não entendo como conseguem trocar de amor tão rápido...mas o real motivo de estar aqui de novo é: "ela", e quem é ela? Basicamente a dona da minha ansiedade, a dona do meu coração, a dona das minhas noites mal dormidas, a dona do meu desespero, enfim, a inquietude da minha alma nesses anos todos.
Ontem, ela veio a mim através de um sonho, estava possuindo um longo vestido branco e um sorriso confortante - tudo me soava como uma pintura impressionista, ela conseguiu capitar toda a luz de um passado cheio de sonhos e metas, e os refletiu sobre mim. Fiquei estasiado, por vela novamente, por ela estar tão bonita e tão cheia de vida (como eu me lembrava ), só conseguia exibir um sorriso de plenitude por tal situação, e assim seguiu. Lembrei-me de poucas coisas do sonho nesta manhã, estava tão determinado em pintar tudo em minha mente, desesperado pra não deixar um "quadro" fora da minha galeria. Porém, foi em vão, o que sobrou foi a última cena: eu abraçado em suas pernas, agarrando-as com toda a força que eu tinha, e com aquela sensação em mente: tenho certeza que isto é um sonho...
Obs.: Te enterro aqui deusa pagã, o que adiantou ir embora deixando a lua frente a minha janela. Mas te enterro aqui, e de vez, você não irá povoar meus pensamentos de novo e não gastara meu latim limitado. Enfim...
liberto...
(gritos na caixinha azul).
A saga (realmente) teve fim.
Obs.: Te enterro aqui deusa pagã, o que adiantou ir embora deixando a lua frente a minha janela. Mas te enterro aqui, e de vez, você não irá povoar meus pensamentos de novo e não gastara meu latim limitado. Enfim...
liberto...
(gritos na caixinha azul).
A saga (realmente) teve fim.